Segundo a IBM, todos os dias criamos 2,5 quintilhões de dados. Para colocar isso em perspectiva, 90% dos dados no mundo de hoje foram criados apenas nos últimos dois anos decorrentes as adesões das grandes empresas à internet. Isso significa que estamos diante de um universo bombardeado de informações que circulam pela internet e na nuvem em uma velocidade milhões de vezes superior o que podemos assimilar por meio da nossa capacidade humana.
O cruzamento de tantos dados de uma só vez foi possível graças ao fenômeno do big data e o advento de outras tecnologias que, posteriormente, abriram espaço para novas formas de programação avançadas com o uso da inteligência artificial (AI).
Você deve se perguntar onde, portanto, sua empresa entraria neste contexto? A resposta é simples: se você ainda não entrou precisa repensar seu modelo de gestão e a forma como lida com seus dados. Toda empresa gera dados, sejam eles internos, externos, estruturados ou não.
São diversas fontes e origens tais como os departamentos de vendas, logística ou contabilidade, cadastros de clientes e até mesmo o atendimento realizado por múltiplos canais. Ignorar que esses dados possam ser utilizados de maneira inteligente em sua gestão é perder para uma concorrência que já está fazendo exatamente isso para sobreviver aos novos tempos.
Uso como exemplo e - se me permitem a analogia - o caso de sucesso da Netflix. A empresa surgiu com um modelo de negócio disruptivo que abalou o formato ultrapassado de locadoras e até mesmo a tevê por assinatura, ao disponibilizar filmes e séries que poderiam ser vistos a qualquer hora do dia e por um preço fixo ao mês. O interessante disso é que a empresa continua se reinventando e hoje vai muito além de um catálogo virtual. A inteligência de dados aplicada para análises de comportamento dos usuários da plataforma foi utilizada para orientar conteúdos de acordo com as preferências identificadas.
Os padrões de acesso ajudaram, inclusive, a empresa saber o tipo de conteúdo que seus clientes desejavam consumir e produzir séries e filmes que tivesse todos os elementos necessários para impactarem positivamente e aumentarem sua audiência.
Uma prova disso é a última investida da companhia com o lançamento do filme de ficção interativa, chamado Black Mirror: Bandersnatch, que permite o usuário fazer escolhas que direcionam o rumo da trama. E antes que você questione o que isso tem a ver com a sua realidade, pense em como você poderia aprimorar seus produtos e serviços se tivesse uma equipe de Business Intelligence.
O caso da Netflix não é distante das possibilidades de qualquer organização que, por meio da análise de dados, pode entender o comportamento dos seus clientes e orientar suas ações e estratégias de modo efetivo. Será que você está correspondendo às expectativas do seu público-alvo ao criar um e-commerce? Seu site é amigável para navegação? Tudo isso e muito mais você teria de possibilidade para explorar com um tratamento adequado de toda a informação que você já dispõe no seu negócio. A jornada da transformação digital é longa, mas a chave do sucesso é a mesma, começar dando um passo de cada vez.
(*) Ediller Morais é líder de Produto de Dados da Mandic Cloud Solutions
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