[FORA DA CAIXA] Luzes, satélites e big data: novas armas para medir pobreza

Fonte: Exame.com




São Paulo - Não é possível resolver um problema sem bons dados na mão, e esse tem sido um obstáculo importante na luta contra a pobreza.
Os países em desenvolvimento muitas vezes não têm recursos, know-how e tradição de medir informações básicas sobre economia e qualidade de vida.
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Um pequeno exemplo: em 2015, 65% dos dados das Metas do Milênio para os países da África Central eram estimativas, vinham de modelos estatísticos ou tinham sido coletados antes de 2010.
Novas tecnologias podem ajudar a resolver esse problema. Há cerca de dois anos, um trabalho do Federal Reserve Bank de Nova York destacou a possibilidade de usar imagens noturnas de satélites para medir pobreza e riqueza.
"É intuitivo que as luzes noturnas devem refletir a atividade econômica em algum grau, já que a luz é um insumo crítico em vários processos de produção e consumo", dizem os autores Maxim Pinkovskiy e Xavier Sala-i-Martin.
Agora, foi a vez de seis pesquisadores de Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, publicarem um estudo na Science Mag com um método ainda mais elaborado.
O que eles fizeram foi colocar no computador três tipos de dados: a luminosidade noturna, imagens diurnas em alta resolução e dados de pesquisas de campo sobre duas variáveis econômicas.
Uma deles foi o nível de consumo e a outra foi riqueza em ativos como carros, televisões e outros bens.
5 países foram escolhidos por terem esse tipo de dado atualizado e de boa qualidade: Nigéria, Tanzânia, Uganda, Malauí e Ruanda.
A partir disso, o computador começa a cruzar as informações e entende, por exemplo, que a imagem diurna de uma rodovia combina com um trilho de luz - ou que áreas com mais carros e casas são mais iluminadas do que áreas vazias.
E junto com os dados das pesquisas de campo, ele começa a ver outras relações não tão óbvias - que lugares onde há carros também são lugares onde o consumo é maior, por exemplo, e dessa forma ele vai preenchendo os dados que estão faltando.
Segundo os pesquisadores, os resultados são extremamente precisos, e o método ainda tem outra grande vantagem: é barato, já que as imagens utilizadas são gratuitas, do Google Maps, é o código é open source, livre para qualquer um baixar e modificar. 
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Sobre Grimaldo Oliveira

Mestre pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) no Curso de Mestrado Profissional Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (GESTEC) com o projeto “GESMOODLE – Ferramenta de acompanhamento do aluno de graduação, no ambiente virtual de aprendizagem(MOODLE), no contexto da UNEB“. Possui também Especialização em Análise de Sistemas pela Faculdade Visconde de Cairu e Bacharelado em Estatística pela Universidade Federal da Bahia. Atua profissionalmente como consultor há mais de 15 anos nas áreas de Data Warehouse, Mineração de Dados, Ferramentas de Tomada de Decisão e Estatística. Atualmente é editor do blog BI com Vatapá. Livro: BI COMO DEVE SER - www.bicomodeveser.com.br

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