Os modelos empresariais de Business
Intelligence (BI) muito centrados no
departamento de TI são insustentáveis,
de acordo com um estudo da
Forrester Research. Cada vez mais, as
empresas interessadas em desenvolver
capacidades robustas de BI terão
de adotar ferramentas de BI “self-service” e metodologias para o
conseguirem, considera a consultoria.
De acordo com o mesmo estudo, existem
dois elementos impulsionando essas necessidades. O primeiro é o fato dos requisitos
de BI mudarem mais rápido que a capacidade de suporte.
Mesmo as organizações de TI com as
ferramentas mais recentes e as melhores
práticas, muitas vezes precisam se esforçar
para darem suporte aos requisitos
de negócios para aplicações de
BI, diz Boris Evelson, analista da Forrester.
Ao contrário de outras aplicações empresariais,
como o CRM e o ERP, as
aplicações de BI têm uma vida útil
curta e podem tornar-se obsoletas
muito rapidamente, lembra.
Evelson acrescenta que as abordagens
convencionais de desenvolvimento de
software serem pouco adequadas para
as necessidades de BI de hoje também são relevantes.
"A metodologia tradicional de desenvolvimento
em cascata adotada para
o ciclo de vida de desenvolvimento de
software pede um inventário dos requisitos
dos usuários,que serão transformados
em especificações, e depois
entregues aos programadores", constata
Evelson.
"Enquanto essa abordagem é frequentemente
bem sucedida nas implantações
de aplicações tradicionais da
empresa, não funcionam para a maioria
dos requisitos de BI", acrescenta. Cada vez mais as
empresas podem se beneficiar da adoção
de ferramentas de “self-service”
para resolverem os seus requisitos de BI.
O departamento de TI precisa de manter
o controle das aplicações de BI
complexas e de missão crítica. Mas a
grande maioria das outras iniciativas
de BI precisa ser tratada diretamente
pelas unidades de negócio que
irão utilizar as aplicações, afirma
Evelson.
"Em um ambiente ideal de BI, 80% de
todos os requisitos de BI devem ser
realizadas pelos próprios usuários
das áreas de negócios", revela. De
acordo com a sua visão, a chave para
o sucesso com o “self-service” de BI
consiste em escolher as ferramentas
certas.
Para ser realmente útil, uma ferramenta
de “self-service”de BI deve
permitir que os usuários casuais,
os usuários versados em tecnologia e
os executivos experientes a usem para
poderem executar novas consultas, relatórios
e construir “dashboards” ou
painéis de informação, assegura.
O relatório da Forrester apresenta várias
características que as empresas
devem procurar nas
ferramentas de BI “self-service”. Alguns exemplos
incluem recursos como a modelação,
a virtualização de dados, interfaces
de utilizador gráficas semelhantes às
dos motores de busca e o suporte à
colaboração.
A importância do departamento de TI
Todo este contexto não implica o ostracismo
do departamento de TI nos
projetos de BI. "O departamento
ainda tem de configurar a infraestrutura,
a arquitetura, as ferramentas e
políticas", ressalva o analista.
Muitas áreas empresariais tentam
contornar a equipe de TI colocando os
fabricantes a implantando as capacidades de BI “self-service” . "Mas esse
não é o caminho correto, pois não vai dar acesso aos dados de toda
a organização, apenas aqueles que
conseguem recolher", alertou.
Por vezes, as unidades de negócio
tentam usar capacidades de BI alojadas
em fornecedores externos. Mas,
novamente, sem o envolvimento da TI,
tais esforços podem ser limitados face
à potencial abrangência, disse Evelson.
"Nas situações em que as TI não têm
tempo, competências ou orçamento,
isso pode acontecer. E, mais uma vez, isso dará acesso apenas a um subconjunto
de dados da organização",
salienta.
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