[MINERACAO] DCC e Serpro aplicam mineração de dados para extrair informações governamentais

Fonte:CBNFOZ

Oferecer acesso público a dados governamentais é uma exigência que recai sobre os órgãos administrativos, que precisam ser transparentes em seus processos. Para atender a essa demanda e acessar informações “escondidas” nos bancos de dados federais, um projeto do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), utiliza as ferramentas de mineração de dados para acelerar a extração e o acesso às informações governamentais.
Segundo Wagner Meira Júnior, professor do DCC e um dos coordenadores do projetoPráticas de mineração de dados escaláveis para sistemas de governo, a tecnologia é importante porque as unidades gestoras dos serviços públicos federais lidam com informações muito volumosas, complexas e diversificadas.
“Essa tecnologia pode identificar as boas práticas que já são desenvolvidas na gestão governamental, ou seja, aquelas que levam à economia, à racionalização e à melhoria dos processos. Reconhecendo essas práticas é possível ampliá-las para outras organizações e esferas, como a municipal e a estadual, uma vez que o projeto foca seus esforços, em um primeiro momento, apenas na esfera federal”, explica o professor.
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Wagner Meira: tecnologia favorece transparência de ações governamentais - Foto: Foca Lisboa/UFMG
A mineração de dados usa algoritmos capazes de determinar padrões ou modelos que possibilitam, por exemplo, encontrar, em meio a um universo quase infinito de informações, aquelas que são úteis para certa atividade. Para um projeto que lida especificamente com dados do governo federal, Meira explica que foram analisados e minerados bancos de dados reais e que isso possibilita a detecção de futuras anormalidades nos sistemas.
“As técnicas de mineração exigem a adoção de certos parâmetros e configurações. Para a elaboração do software, foi necessário fazer muitas análises sobre as bases de dados reais do governo. Além disso, como a mineração modela o comportamento normal do que deveria se esperar de um banco de dados e de como um sistema deveria agir, qualquer anormalidade ou tentativa de fraude tem uma probabilidade maior de ser detectada", argumenta Wagner Meira.
Depois que a tecnologia for transferida para as empresas interessadas em desenvolver processos usando o software livre desenvolvido pela parceria entre UFMG e Serpro, Meira destaca que a possível próxima etapa dos estudos vai ampliar o uso da mineração de dados para outras bases governamentais.
“Existe uma grande base de dados federal, a partir da qual todas as notas fiscais eletrônicas são emitidas no país. Pretendemos desenvolver novos processos e algoritmos nessa área para facilitar um melhor entendimento desse tipo de dado”, adianta o pesquisador do DCC.
O projeto Práticas de mineração de dados escaláveis para sistemas de governo teve como ponto de partida um software livre (Tamanduá), ou seja, permite que qualquer pessoa possa alterá-lo, estendê-lo e utilizá-lo, sem a necessidade de ressarcimento. A novidade na transferência de sua tecnologia reside no fato de que os acordos serão firmados com empresas interessadas em desenvolver processos para o seu uso. “Os processos, e não o software, é que serão objeto da transferência de tecnologia”, destaca Meira.
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Sobre Grimaldo Oliveira

Mestre pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) no Curso de Mestrado Profissional Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (GESTEC) com o projeto “GESMOODLE – Ferramenta de acompanhamento do aluno de graduação, no ambiente virtual de aprendizagem(MOODLE), no contexto da UNEB“. Possui também Especialização em Análise de Sistemas pela Faculdade Visconde de Cairu e Bacharelado em Estatística pela Universidade Federal da Bahia. Atua profissionalmente como consultor há mais de 15 anos nas áreas de Data Warehouse, Mineração de Dados, Ferramentas de Tomada de Decisão e Estatística. Atualmente é editor do blog BI com Vatapá. Livro: BI COMO DEVE SER - www.bicomodeveser.com.br

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