[CERTEZA] O big data não faz milagre

Fonte: Exame
Andreas Rentz/Getty Images
Peter Hirshberg, presidente do Re:imagine Group

Peter Hirshberg, presidente do Re:imagine Group, empresa especializada em marketing digital. É considerado uma das maiores autoridades mundiais em big data.

São Paulo - O americano Peter Hirshberg passou os últimos 25 anos fazendo de tudo um pouco no Vale do Silício. Foi empreendedor, investidor e executivo de empresas como a Apple, onde ocupou o cargo de diretor de marketing na década de 90. Passou boa parte de sua carreira criando formas de organizar informações virtuais para melhorar o relacionamento entre empresas e consumidores.

Por isso, quando os sistemas de análise de grandes volumes de dados — chamados big data — começaram a se popularizar, emergiu como uma das maiores autoridades no tema. Hoje à frente do Re:imagine Group, empresa especializada em marketing digital, ele afirma que o big data estará, sim, no dia a dia das empresas. Mas tão importante quanto a tecnologia é ter pessoas capazes de saber o que fazer com essas  informações. Hirshberg vem a São Paulo em abril para falar sobre o tema no Fórum HSM — Gestão e Liderança.

EXAME - Qual foi o grande impacto do big data para a sociedade até agora?
Peter Hirshberg - É preciso entender que o conceito de big data faz parte de um ecossistema bem maior do que um conjunto de softwares de análise de dados. Estamos no início da era da “internet das coisas”. A internet está saindo do mundo virtual, das telas dos PCs, e tornando-se um elemento presente no mundo físico.
Hoje os chips estão nos celulares, nos eletrodomésticos e nos carros, o que faz com que esses dispositivos possam ser conectados à internet. Essas conexões geram uma vasta quantidade de dados. A partir deles é possível analisar e entender, com mais precisão, o comportamento das pessoas.

EXAME - Quais são os melhores exemplos desse novo fenômeno? 
Peter Hirshberg - O varejo tem bons exemplos. Quando alguém acessa uma loja online, o site leva milissegundos para identificar o perfil de compra da pessoa e oferecer os produtos mais relevantes. No mundo físico, antes, isso levava meses. Nos Estados Unidos, as empresas de energia estão instalando relógios de leitura que medem o consumo de cada eletrodoméstico.
Colocaram um na minha casa, e foi só assim que consegui ter a dimensão do meu desperdício. Ganhei com a economia na conta de luz ao desligar alguns aparelhos. Já as empresas de energia agora sabem, em tempo real, quanto está sendo consumido em cada residência, o que torna o sistema de distribuição de eletricidade mais preciso e mais econômico.

EXAME - Existe algum setor que esteja errando a mão no uso do big data?
Peter Hirshberg - Há empresas de diferentes setores que investem nessas novas tecnologias apenas porque estão na moda ou porque o concorrente correu na frente. Essas companhias esquecem que a tecnologia deve ser só um dos componentes de uma estratégia maior. Os softwares colhem e condensam dados de forma eficiente, mas não fazem milagre.
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Sobre Grimaldo Oliveira

Mestre pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) no Curso de Mestrado Profissional Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (GESTEC) com o projeto “GESMOODLE – Ferramenta de acompanhamento do aluno de graduação, no ambiente virtual de aprendizagem(MOODLE), no contexto da UNEB“. Possui também Especialização em Análise de Sistemas pela Faculdade Visconde de Cairu e Bacharelado em Estatística pela Universidade Federal da Bahia. Atua profissionalmente como consultor há mais de 15 anos nas áreas de Data Warehouse, Mineração de Dados, Ferramentas de Tomada de Decisão e Estatística. Atualmente é editor do blog BI com Vatapá. Livro: BI COMO DEVE SER - www.bicomodeveser.com.br

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