No mundo corporativo, sai na frente quem tem acesso mais rápido a informações que ofereçam suporte à gestão de negócios e à tomada de decisões. Essas valiosas informações são o resultado da coleta, transformação, organização, análise e monitoramento de dados que demandam um profissional específico para realizar: o Business Intelligence (BI).
Dada a constante evolução da tecnologia e, com ela, a explosão das redes sociais, este profissional é cada dia mais requisitado. Para ter essa visão global do negócio, o BI precisa unir conhecimentos de duas áreas distintas: a de Gestão Empresarial e a de TI. Sendo assim, ele domina o negócio e a técnica para a criação da informação. Só a união dessas duas áreas já pode ser considerada um desafio, uma vez que costumam ser departamentos com quase nenhuma ligação.
“O profissional de BI deve ter ainda habilidades relativas à criatividade, no sentido de sugerir soluções cada vez mais dinâmicas e atrativas para descobrir o conhecimento necessário para a tomada de decisão rápida, eficiente e segura”, afirmou o professor José Alexandre de Toni, diretor da Área de Ciências Exatas e Ambientais da Unochapecó.
Para José Alexandre, que lida com a responsabilidade de formar profissionais de BI, as universidades, principalmente nos cursos de Sistemas de Informação, têm se preocupado em abordar a gestão na formação destes acadêmicos, justamente para que eles tenham o perfil necessário. “Eles precisam entender o que os gestores necessitam, colocando-se no lugar deles no momento de projetar as soluções. Para isto, é necessário que as universidades estejam cada vez mais próximas do mercado”, explicou.
No entanto, por se tratar de uma necessidade recente das organizações, são poucos os profissionais com a bagagem de que elas precisam, já que a formação também é recente. “É extremamente difícil contratar um BI. Este profissional é disputadíssimo pelo mercado e bem remunerado por agregar valor às soluções”, destacou José Alexandre.
Na Algar Tecnologia, são 45 profissionais de BI atuando diretamente no GEXP (Gestão da Experiência do Cliente). De acordo com Wagner Vilariño, gerente da equipe do GEXP nas redes sociais, há dificuldade de contratação sim, mas depende do cargo que precisamos. “Quanto mais especialista deve ser o profissional que buscamos, mais difícil é encontrá-lo. Esta é uma área que não para de crescer e temos boas perspectivas para quem quer ingressar e se dedicar ao Business Intelligence”, destacou.
Atuando nas linhas de Monitoria, Redes Sociais, Consultoria e Pesquisa, os profissionais de BI do GEXP têm a função de prestar uma consultoria para que as informações geradas pelos clientes de seus clientes passem por uma análise e virem conhecimento. Assim, as decisões podem ser tomadas com mais tranquilidade por estarem pautadas em dados.
“Os conhecimentos gerados pelo profissional do GEXP podem ajudar na produção de um novo produto, nas campanhas de marketing da empresa, correções de produtos que estão disponíveis ao cliente, a gerar estratégias de vendas etc.”, explicou Wagner.
Business Intelligence nas redes sociais
Com o advento das redes sociais, surgiu um novo cliente que, às vezes, ao se comunicar por meio das redes sociais, atinge milhares de pessoas, positivamente ou negativamente. Monitorar esses clientes, suas necessidades, as tendências positivas ou negativas é de fundamental importância para que a empresa possa saber como está sendo vista por seus clientes e como ela deve se posicionar no mercado, daí a necessidade de um profissional para fazer estas análises.
Bruna Salmistraro é analista de redes sociais da Regional Campinas da Algar Tecnologia. Seu papel é coordenar a equipe que monitora e polariza menções provenientes das redes sociais, além de mensurar resultados, elaborar relatórios com análise volumétrica e qualitativa, mensurar o impacto das postagens para a marca monitorada, indicar soluções e melhores práticas nas redes sociais para interação com consumidores, indicar e mensurar consumer insights, acompanhar os principais concorrentes, mapear os evangelizadores e detratores da marca e sugerir estratégias voltadas ao meio digital.
“Hoje, monitorar as redes sociais utilizando-as a favor da marca é uma questão de sobrevivência para qualquer empresa. Além disso, é necessário criar diferenciais em relação aos concorrentes e se antecipar às expectativas dos consumidores”, opinou Bruna.
Logo se vê que não são atribuições simples. Mas, para Bruna, o maior desafio é acompanhar e estruturar as melhores práticas e melhor posicionamento da marca na Web devido à pouca experiência do mercado, quantidade de profissionais especializados, interação com consumidores e clareza de foco e estratégia. “Por ainda ser um meio novo, observamos que as empresas seguem um book de melhores práticas, mas nem sempre elas funcionam para seu negócio, portanto ficam experimentando diferentes ações até encontrar a melhor estratégia”, completou.
Mercado
Para se dar bem no mercado do Business Intelligence, a analista de redes sociais afirma que é fundamental investir em um profissional que se dedique apenas a essa atividade, pois qualquer desvio de estratégia, informação incorreta, erro ortográfico ou demora no atendimento toma proporções gigantescas e difíceis de controlar na Web.
“É preciso que o profissional se especialize e esteja sempre atento às novidades, acompanhe as principais tendências, esteja alinhado com as mais variadas áreas da sua empresa, conheça a fundo a organização na qual trabalha e tenha visão de negócio e pensamento estratégico para criar o diferencial da sua marca na Web”, enfatizou Bruna.
“Além disso, ele precisa ter um perfil analítico, gostar de números, ter a capacidade de antever tendências, possuir conhecimento de marketing e ainda ser pró-ativo e ter um grande espírito inovador”, completou Wagner sobre o perfil do profissional de BI.
Questionado sobre por que investir nesta carreira, o professor José Alexandre pontuou que existe mercado tanto para novas empresas como para seguir carreira em empresas já estabelecidas. “A área de Tecnologia é desafiadora, proporcionando ao profissional estar em contato com o novo antes dos demais profissionais, além de ser uma profissão extremamente dinâmica. O Analista de Sistemas de hoje poderá ser conhecido no futuro como Engenheiro do Conhecimento ou outra terminologia, alterando sempre a forma de atuar”, concluiu. -
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