É útil quando pensamos que as tecnologias da EAD,
no decorrer dos anos, vêm proporcionando uma maior proximidade entre o
professor e o aluno, através da evolução dos meios de comunicação convencionais
e, no momento atual, através dos recursos disponíveis no ciberespaço[1]. As
mudanças na base técnica da EAD permitem, e mesmo requerem, que os conceitos e
processos utilizados em sala de aula tradicional para o desenvolvimento do
ensino-aprendizagem sejam redesenhados e rediscutidos nesta nova forma de
ensino que se apresenta.
Com isso, o ambiente EAD vem possibilitando
variados canais bidirecionais de comunicação entre os pares, denotando que a
importância de avaliar fica ainda mais clara, pois, neste novo ambiente, as
interfaces pelas quais se realizam as interações devem ser cuidadosamente
concebidas e implementadas, sob uma perspectiva que integre a dimensão
pedagógica e a dimensão técnica, de forma a proporcionar que interações entre
professor e aluno sejam qualificadas, permitindo um constante conhecimento sobre
o acompanhamento e direcionamento do processo, fazendo com que o aluno amplie
sua autonomia em sua busca pelo conhecimento. Cabe às Tecnologias da Informação
e Comunicação (TIC) proporcionar conceitos e mecanismos que facilitem
sobre o entendimento de como ocorre este processo de ensino-aprendizagem.
Desta maneira, foi construído o GESMOODLE - projeto que
parte de uma premissa que é fundamentada na geração de indicadores que auxiliem
professores/tutores no gerenciamento e acompanhamento da aprendizagem dos
alunos neste ambiente: disponibilizados os indicadores sobre o percurso dos
alunos e suas relações com os recursos, atividades e tutores no processo de
acompanhamento da aprendizagem, o professor/tutor poderá ter informações para
facilitar o desenvolvimento da avaliação no contexto de sua prática
pedagógica.
O GESMOODLE foi
desenvolvido a partir da ferramenta open
source PENTAHO, uma iniciativa
pioneira da comunidade de código aberto com a intenção de proporcionar
ferramentas de Business Intelligence
para que as organizações melhorem sua performance, eficiência e efetividade na
gestão de informação. Com ele, poderão ser formalizados grupo de indicadores
que abranjam as necessidades identificadas, além de outras, sendo estas ligadas
a: cursos, grupo de usuários (turma), recursos/atividades, fórum, usuários
(aluno e tutor). Isto leva a respostas de algumas questões, tais como:
·
Usuários/Quantidade que não estão
cadastrados em nenhum curso.
·
Alunos/Quantidade que visitaram o curso,
que estão online, que não fizeram o primeiro acesso. Quais alunos estão sem
acessar o ambiente a “x” dias?
·
Quais tópicos do fórum foram mais
acessados e os menos acessados?
·
Qual o tempo médio que os alunos demoram
em cada página?
·
Qual o histórico das respostas de um aluno
em uma determinada questão?
·
Quais as notas de um aluno em determinado
questionário?
·
Quais as tentativas de respostas de um
aluno em determinada questão?
·
Quais alunos seguem o índice padrão para
acessar o material?
·
Quais alunos interagem mais entre si?
·
Qual mecanismo de comunicação é mais
utilizado no ambiente?
·
Quais assuntos foram mais discutidos e por
quais alunos? Quais os alunos que não discutem?
Desta maneira, é
possível evitar que os processos de tomada de decisão que os
professores/tutores formulam a partir do sistema de aulas, caiam no descrédito
interno e externo, e fazer com que suas consequências relativas aos dados sejam
corrigidas em tempo, evitando, assim, exposição a riscos e falhas que impactem
nas iniciativas de desenvolvimento dos projetos pedagógicos das instituições de
ensino.
*Grimaldo Lopes de Oliveira é Mestre em Gestão
e Tecnologia Aplicadas à Educação pela Universidade do Estado da Bahia e
Coordenador da área de Informações Estratégicas da Companhia de
Processamento de Dados do Estado da Bahia, além de ser o idealizador do blog BI
com Vatapá.
[1]
É o novo meio de comunicação
que surge da interconexão mundial de computadores. O termo especifica não
apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo
oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam
e alimentam esse universo (LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. Tradução de
Carlos Irineu da Costa. São Paulo: 34, 2000, p.17, (Coleção Trans).)
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