[PREPARAÇÃO] O que deve ter um analista de dados para ser contratado?

Fonte: ComputerWorld

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Nenhuma outra área do mercado de trabalho de TI experimentou o crescimento de procura e a disparidade de oferta que o campo da análise de dados. À medida que o Big Data continua a crescer, e o campo da análise continua a amadurecer, eles estão tornando-se uma parte importante do negócio e do processo de tomada de decisão, levando a competição por grandes talentos a transformar-se numa verdadeira luta pelas contratações.

Num relatório sobre Biga Data, o instituto McKinsey Global prevê que até 2018 os EUA passarão por uma escassez enorme de pessoal na área de análise.

“Ocorrerá uma escassez de talento necessário para que as organizações tirem proveito do Big Data. Até 2018, só os Estados Unidos podem encarar uma falta de 140 mil a 190 mil pessoas com profundas capacidades de análise, como também 1,5 milhões de gestores e analistas com o conhecimento para utilizarem a análise de grande volumes de dados a fim de tomarem decisões eficientes”, diz o relatório.

O McKinsey Global Institute Report prevê também que as empresas que utilizam a análise no seu potencial completo podem aumentar as margens de operação em até 60%. As empresas estão a ter isso em conta, criando competição pelos melhores talentos.
Apenas reforçando o quão competitivo o mercado é, um relatório da Dice, do início deste ano, afirma que a actual taxa de desemprego da TI está em torno dos 3,6%.

“Os CIOs de hoje em dia precisam de alguns pensadores do tipo ‘dados são dados’ que não se intimidem pelo quão ‘grande’ os dados são ou se eles englobam ou não SKUs por loja, cliques por oferta ou mudança de preço por ‘home listings’”, diz Scott Bailey, vice.presidente executivo de estratégia e análise da Target Data.  Este tipo de papel está-se a tornar tão crucial que as empresas que têm problemas para encontrar essas pessoas podem enfrentar atrasos no lançamento de produtos e vários atrasos em projectos em resultado disso.

A análise de negócios é uma tendência

Um dos factores importantes a impulsionarem esta tendência é o crescimento explosivo do Big Data, à medida que as empresas se apressam para encontrar dados úteis e contestáveis do constante crescimento de dados a serem recolhidos.

De acordo com uma análise recente da Accenture com 258 líderes de negócios da América do Norte, 72% deles planeia aumentar os gastos com a análise de negócios este ano. “A procura é extremamente alta e o fornecimento é muito baixo – especialmente nos níveis mais séniores (ex: análises mais ‘críticas’). Isto significa que não existe muita concorrência pelas vagas”, refere Bailey.

Além disso,os  especialistas avisam que as escolas e universidades ainda não acompanharam esta tendência e ainda não estão a ensinar as capacidades necessárias para preencher essas vagas analíticas. A pesquisa da Accenture também nota que muitos países em desenvolvimento estão a ultrapassar os EUA quando o assunto é a formação de pessoas graduadas nesses campos quantitativos.

Superar a escassez de trabalhadores de TI

Não existem atalhos. As empresas devem estar a formular os seus planos para encontrarem a mistura correcta de capacidades analíticas combinadas com o conhecimento de negócios e experiência no seu campo particular. Para atrair o talento necessário, Anil Kaul, CEO da AbsolutData, uma empresa de pesquisa e análise, oferece as seguintes recomendações:

1 – Saiba do que precisa: “para alguns, Big Data significa visualização de dados e relatórios, para outros significa mineração de dados e análise predictiva. Profissionais de análise possuem pontos fortes em diferentes áreas – alguns são tecnicamente melhores enquanto outros são melhores na interpretação de números a fim de criar a resposta para questões dos negócios, enquanto outros são ainda melhores na utilização de tecnologias analíticas para responder a questões analíticas”, diz Kaul.

“É crítico saber a área de capacidade para o talento que se procura”, refere ele. “Por isso, é importante saber as capacidades analíticas específicas pelas quais são contratados”.

2 – Crie caminhos de carreiras: “organizações que podem exibir um caminho claro que leve a cargos de alto perfil dentro da organização são mais prováveis de atrair talentos analíticos”, refere ainda Kaul.

À medida que a análise continua a crescer, também crescerão as diferentes oportunidades dentro das organizações. Revisite esses caminhos para ver onde é necessário fazer actualizações.

3 – Demonstre o impacto no negócio: “nestes dias de escassez de talentos analíticos, é importante mostrar como o trabalho está relacionado directamente com o impacto de negócio que a análise de dados pode criar”, conta Kaul. “Muitos profissionais da análise foram colocados em segundo plano por muito tempo e agora querem chegar à vanguarda da estratégia de negócio”.

4 – Transmita entusiasmo: “a análise está passando por um momento entusiasmante, pelo que é crítico mostrar que a organização, particularmente a gestão sénior, está entusiasmada em relação ao impacto que a análise pode criar na organização”, salienta Kaul. “O entusiasmo é contagiante e é uma forma muito boa para atrair talentos superiores”.

O que procurar num profissional da análise

À medida que o mercado se torna mais competitivo, as empresas que conhecem as características exactas de quem estão à procura ficarão numa posição muito melhor para contratar as pessoas correctas. Bailey, da Target Data, oferece algumas características a serem tidas em conta ao contratar pessoas para ocuparem posições de análise.

Principais capacidades

Dados — Experiência sobre como os dados são organizados, acedidos, limpos e integrados.
Estatística básica – “Crosstabs”, teste de significância e/ou modelagem linear geral.
Soluções criativas para problemas – Alguém que é bom a solucionar jogos de quebra-cabeças, visualização e estratégia.

Educação

Ciências sociais – Os candidatos devem ter uma boa mistura de conhecimentos de dados, desenho experimental e teoria.

Pesquisa de mercado – Abordagens para a amostra, teste, segmentação e experiência de relatórios são um adicional.

Estatísticas avançadas – Não paramétricas, redes neurais e/ou modelagem econométrica.

Especialistas também apontam que a resposta para os seus problemas de analítica podem exigir as capacidades de mais do que uma pessoa. A quantidade de conhecimento necessário para cargos analíticos está a crescer rapidamente. Diferentes áreas da sua organização podem exigir pessoas analíticas, mas o lado dos negócios pode exigir pessoas com diferentes áreas de especialidade. Este é só outro ponto que demonstra a complexidade destes papéis.

“Os analistas de hoje em dia são semelhantes aos profissionais criativos de ontem, diferentes dos da TI. Os CIOs precisam de reconhecer a natureza de ‘oficina de criação’ deste papel e devem contratar indivíduos para um ambiente onde eles tenham a oportunidade de montar um quebra-cabeças e de produzir uma solução”, refere Bailey.

Encontrar talentos da análise

Onde encontrar o talento necessário para preencher os papéis analíticos na sua empresa é a questão mais difícil de ser respondida. Bailey tem duas sugestões:

1 – Procurar em empresas com ambientes ricos em dados e que são líderes nas suas categorias. “Se uma empresa possui uma abundância de dados relevantes, a sua receita está entre as melhores na sua categoria (ex: Amazon, Harrah, Capital One). Elas estão recheadas com excelentes talentos analíticos”, diz Bailey.

2 – Utilizar serviços de consultoria até que possa ter pessoal analítico interno. Conforme a procura e a competição crescem neste mercado, pode-se ter a certeza de que análises mais avançadas serão obtidas de fontes externas.

Contratar e manter os melhores talentos analíticos exigem diferentes estratégias para diferentes empresas. A empresa que o fizer correctamente, contudo, terá uma vantagem sobre a sua concorrência.

(CIO/Computerworld.br)


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Sobre Grimaldo Oliveira

Mestre pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) no Curso de Mestrado Profissional Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (GESTEC) com o projeto “GESMOODLE – Ferramenta de acompanhamento do aluno de graduação, no ambiente virtual de aprendizagem(MOODLE), no contexto da UNEB“. Possui também Especialização em Análise de Sistemas pela Faculdade Visconde de Cairu e Bacharelado em Estatística pela Universidade Federal da Bahia. Atua profissionalmente como consultor há mais de 15 anos nas áreas de Data Warehouse, Mineração de Dados, Ferramentas de Tomada de Decisão e Estatística. Atualmente é editor do blog BI com Vatapá. Livro: BI COMO DEVE SER - www.bicomodeveser.com.br

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