[CONSELHO] Como convencer o Conselho de Administração a investir em Data & Analytics

Fonte: InforChannel



Data e Analytics (D&A) tem estado no topo das prioridades dos CIOs (Chief Information Officers) por muitos anos. No entanto, segundo o Gartner, para atingir níveis de maturidade em Data e Analytics e trazer para as empresas as maiores vantagens, as diversas áreas da organização devem desenvolver suas habilidades, ou seja, Data & Analytics devem fazer parte do dia a dia de todos os executivos e, em alguns casos, podem até ser tema para discussões estratégicas no Conselho de Administração das companhias.

O Gartner destaca que quase tudo apresentado ao Conselho de Administração é enquadrado como “vital” ou “crítico” e, por isso, muitas vezes esse ambiente pode ser desafiador e cético por analisar e discutir simultaneamente várias iniciativas que competem por atenção.
Segundo Lydia Clougherty Jones, Diretora de Pesquisas do Gartner, e Frank Buytendijk, Vice-Presidente de Pesquisas do Gartner, não é tão simples apresentar temas a Conselhos Administração, pois as discussões podem apresentar conflitos.

De acordo com o Gartner, o ideal é usar linguagem de negócios ao proporcionar conhecimento sobre detalhes técnicos de Data & Analytics. É comum tentar explicar tudo sobre temas que temos paixão, porém as reuniões de Conselhos de Administração sempre vão direto ao ponto e focam em benefícios estratégicos para os negócios. Por isso, é crucial conectar D&A ao Conselho que é o mais alto nível organizacional das empresas, estando acima inclusive da equipe de gestão, pontua o instituto.

Um líder de D&A pode dizer a seguinte afirmação sobre sua estratégia de crescimento: “Temos um alvo de crescimento agressivo de 20%. Pelo menos 60% dessa oportunidade de aumento estão nas vendas casadas ou vendas cruzadas dentro de nossa própria base de clientes. Isso significa que precisamos ter um entendimento melhor de quem são nossos consumidores e do que eles realmente precisam. Esse tipo de análise é possível com soluções de D&A”.

Ao mesmo tempo, mostre que você faz sua lição de casa ao incluir detalhes adicionais como parte de um apêndice. Nem todo executivo irá ver isso, mas fornecer informações complementares mostra preparação e respeito pelos interlocutores.

Certifique-se que quando você ajusta uma apresentação para que ela seja curta, você não pode eliminar a parte do engajamento. A contextualização é uma parte importante para captar o interesse do Conselho de Administração. Uma maneira de fazer isso é dividir a história em quatro sessões. Para o Gartner, um modelo para explicar a necessidade de usar a Gestão de Dados Mestres (Master Data Management – MDM) poderia ser:

Passo 1 — Descritivo: “17% de nossas faturas contêm erros, levando a atrasos médios de uma semana em seu pagamento”.
Passo 2 — Diagnóstico: “a causa não é ter uma única maneira de identificar um consumidor. Temos padrões diferentes em 12 sistemas de cobrança distintos”.
Passo 3 — Previsão: “a cada trimestre, continuamos a fazer isso, o que nos custa US$ 100.000 em capital de trabalho e crédito de curto prazo”.
Passo 4 — Prescritivo: “deveríamos implementar uma tecnologia chamada MDM que nos ajudará a consertar esse problema e gerencia-lo, seguindo adiante”.

Problemas que alcançam o nível do Conselho de Administração são geralmente complexos e não possuem respostas simples, como sim ou não. Fornecer cenários múltiplos de como uma iniciativa de D&A funciona pode oferecer uma plataforma de base para discussões e ajudar a garantir a segurança do executivo na tomada de decisão. Durante a Conferência Gartner Data & Analytics, que acontecerá nos dias 22 e 23 de maio, em São Paulo, serão fornecidas pesquisas e análises exclusivas sobre Data e Analytics que descrevem o nível de maturação das empresas e indicam tendências para esse segmento de TI.

O Gartner recomenda que os executivos de TI se preparem para explicar os cenários de preferência e os motivos da escolha, mas sempre deixando espaço para discussões e análises do grupo. Os membros do Conselho podem preferir outras opções por motivos que você desconhece. Por isso, é crucial ter bem claro o que se espera alcançar com uma apresentação ao Conselho de Administração e, se possível, discutir esse objetivo com quem está ajudando no agendamento do encontro.


Seja específico sobre o que D&A significa para a organização e, ao mesmo tempo, apresente uma perspectiva de fora para dentro. É ótimo ter como referência as grandes tendências de mercado e de sua indústria, mostrando exemplos adotados por outras empresas. Isso pode fornecer clareza, inspiração e até mesmo um senso de urgência dentro do Conselho. É importante, no entanto, assegurar que os exemplos externos sejam sempre considerados relevantes para a organização. Identifique as ambições e paixões pessoais dos membros do Conselho para endereçar temas e trazer exemplos externos que possam ser analisados dentro do contexto da estratégia de sua organização.

Desafios exclusivos e oportunidades de D&A
Regulamento GDPR da União Europeia (GDPR): O prazo final de 25 de maio de 2018 traz grande intimidação com diversas penalidades severas para a não conformidade com essa nova lei. Além do mais, os requerimentos de privacidade da GDPR e o momento do gerenciamento de dados são uma oportunidade para trazer valor aos negócios.

Ética: O Conselho de Administração age como um compasso moral para as organizações. As transformações digitais levantam a questão da ética digital e, no mundo atual, a reputação ética de uma empresa está diretamente relacionada ao seu principal ponto. O Conselho deve estar envolvidos em como os dados são capturados e usados, além de impulsionar resultados para aprimorar a missão da empresa.


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Sobre Grimaldo Oliveira

Mestre pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) no Curso de Mestrado Profissional Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (GESTEC) com o projeto “GESMOODLE – Ferramenta de acompanhamento do aluno de graduação, no ambiente virtual de aprendizagem(MOODLE), no contexto da UNEB“. Possui também Especialização em Análise de Sistemas pela Faculdade Visconde de Cairu e Bacharelado em Estatística pela Universidade Federal da Bahia. Atua profissionalmente como consultor há mais de 15 anos nas áreas de Data Warehouse, Mineração de Dados, Ferramentas de Tomada de Decisão e Estatística. Atualmente é editor do blog BI com Vatapá. Livro: BI COMO DEVE SER - www.bicomodeveser.com.br

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