Um visionário das tecnologias de centros de dados, analytics e big data, o diretor de tecnologia da Teradata, Stephen Brobst, defende que nesse momento é necessário “medir tudo”, das mais inócuas aplicações de negócio à inteligência das agências de segurança. “Foi essencialmente com medições de big data que se descobriu que a Volkswagen estava adulterando as emissões de CO2“, afirmou o responsável em entrevista durante o evento Teradata Partners 2015, na Califórnia. “Devemos estar medindo tudo”, sublinhou.
Apesar disso, Brobst acredita que a expressão ‘big data’ irá desaparecer gradualmente. “É um desses termos de marketing que em realidade irá sumir. Penso que dentro de três anos não vamos mais estar usando essa expressão”, partilhou. Porquê? É que todas as empresas terão de armazenar e analisar dados, ou não irão sobreviver. “Todas as indústrias estão fazendo isso. Empresas de escovas de dentes elétrica que coletam dados sobre como você escova os dentes.”
Sobre os impactos que o analytics terá num futuro próximo, Brobst admite que algumas profissões irão ser afetadas. Por exemplo, os analistas de mercado que são pagos para ler as informações financeiras e os anúncios das empresas, pegar em uma caneta marca texto e usar esses dados para decidir se as ações vão subir ou descer. “Não vamos precisar mais deles. Podemos analisar linguagem natural, extrair as palavras chave, identificar essas coisas e fazer previsões. Isso vai ser automatizado”, explica. Apesar de ser um pouco assustador, a tendência é essa. “Você não quer que seu filho seja banqueiro, corretor de imóveis ou agente de viagens. Tudo isso são becos sem saída, porque serão substituídos pela desintermediação combinada com analytics.”
Outra área importante é a cloud, para onde muitas empresas estão mudando seus centros de dados ou fazendo a captura dos mesmos. Se antes quase todos os dados vinham de fontes internas, como o atendimento ao cliente e documentos de faturamento, agora estão vindo mais de fora. “Os dados da Internet das Coisas são recolhidos um pouco de todo o lado”, refere Brobst, lembrando que existe uma questão séria de segurança com toda essa euforia da IoT – a própria Teradata está apresentando soluções para “ouvir” os dados que vêm desses bilhões de dispositivos, mas avisa para a necessidade de protegê-los.
“A empresa cliente tem de decidir que proteção vai querer, e nós simplesmente forneceremos as ferramentas para executar”, continua o CTO, comentando que a Teradata inclui algoritmos de encriptação em seus produtos. Brobst se confessa “surpreendido” com a quantidade de pessoas que não se coíbem de colocar em suas redes sociais informações importantes, como mapas dos locais onde gostam de correr através de aplicativos. “Publicar isso não é boa ideia. As pessoas são um pouco ingênuas sobre o que significa esse compartilhamento de informações.”
Será possível prever crimes?
Uma das áreas em que a análise de dados está tendo resultados é na deteção de fraude e desenho de algoritmos preditivos, que podem ser usados para identificar situações de risco. Dentro desse tema, Stephen Brobst deu sua opinião sobre o ataque às Torres Gêmeas no 11 de Setembro. “A informação sobre esse ataque existia, mas não estava integrada. Esse foi o problema”, indica o CTO, falando na falta de cruzamento entre as agências do FBI, CIA e polícia local. “Eles tinham pedaços, ilhas de dados. Cada peça sozinha não levantava muita suspeita. Só quando você coloca tudo junto consegue realmente “ver” a informação.”
Todavia, um modelo preditivo nunca é 100% correto, por isso não corremos o risco de emular o ‘Relatório Minoritário’ – em que a pessoa é presa antes mesmo de cometer o crime. “Os algoritmos preditivos dizem que tem uma possibilidade maior de que tal pessoa seja pedófilo ou homem bomba. Não quer dizer que seja mesmo.” É nessa avaliação que nenhuma máquina poderá substituir a inteligência e intuição humanas.
Leia mais em http://www.bitmag.com.br/2015/11/analises-de-big-data-levaram-ao-escandalo-na-volkswagen-diz-cto-da-teradata/#paaUAqcg6eYt1Rxr.99
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