Fonte: JCNET.com.br
Com o “boom” das redes sociais, muita gente fica conectada o tempo todo. E a Receita Federal está de olho nisso. Ao analisar o que o contribuinte posta e torna público na Internet, o órgão consegue preencher o banco de dados com informações que são omitidas daqueles que tentam burlar o Imposto de Renda (IR). Para divulgar as novidades da área, a Receita Federal de Bauru promove o 1.º Seminário de Mineração de Dados e Inteligência Artificial.
De acordo com o delegado da Receita Federal de Bauru, Marcos Rodrigues de Mello, a Internet é uma ferramenta e tanto para todos os órgãos. Ele citou um exemplo nos EUA. Por lá, se uma pessoa acessa um site de compras e depois vai a um Shopping, os vendedores das lojas já sabem quem é ela e os interesses.
Na Receita Federal, o instrumento é muito mais relevante. “Com a Internet, conseguimos acessar informações que são omitidas pelos contribuintes. E elas estão por toda a parte. Diante disso, coletamos um volume extenso de dados, que têm de ser organizados. É aí que entra a inteligência artificial. Nós começamos a utilizá-la a partir dos anos 2000, mas agora estamos intensificando o uso da ferramenta”, explica.
Mas, na prática, como a Receita utiliza as redes sociais? Marcos Rodrigues de Mello dá outro exemplo. “Uma pessoa faz a declaração do IR, mas omite que tem um iate, por exemplo. Contudo, o sujeito posta uma foto no Facebook dentro desse iate e diz que é dele. Essa é a informação negada. Posteriormente, investigamos a origem da embarcação e conseguimos desmascarar o contribuinte que tentou burlar o sistema”, acrescenta.
Além disso, a tecnologia na fiscalização também beneficia os contribuintes que agem corretamente. “Se essa pessoa esconde dinheiro, alguém vai pagar no lugar dela, porque a arrecadação fiscal é igual a condomínio. Se alguém deixar de pagar, cobra-se mais dos outros”, justifica o delegado.
Seminário
O 1.º Seminário de Mineração de Dados e Inteligência Artificial é uma iniciativa da Receita Federal de Bauru e conta com o apoio da Superintendência da Receita Federal na 8.ª Região Fiscal (RF). O evento começou ontem, às 14h, e terminará na sexta-feira. No primeiro dia, havia cerca de 90 pessoas de diversas áreas da Receita Federal e da Secretaria da Fazenda do Estado.
Na mesa, durante a abertura, estiveram presentes, além do delegado da Receita Federal de Bauru, Marcos Rodrigues de Mello, o coordenador de Gestão de Riscos da Receita Federal do Brasil, em Brasília, Leon Solon da Silva; o superintendente adjunto da Receita Federal na 8.ª RF, Marcelo Barreto de Araújo; e o delegado regional tributário da Secretaria da Fazenda do Estado em Bauru, Luis Gustavo Sousa Gomes.
No decorrer desta semana, diversos palestrantes de renome na área de informática passarão pelo auditório da Receita Federal de Bauru, localizada na rua Treze de Maio, 7-20, no Centro. Ontem, por exemplo, o analista de Finanças e Controle da Controladoria Geral da União e PhD em Inteligência Artificial pela George Mason University, nos EUA, Rommel Novaes Carvalho, abriu a semana de palestras.
“É uma iniciativa excepcional, já que interessa a toda a Receita. Como o Estado de São Paulo e, mais especificamente, Bauru se destacam em relação às inovações tecnológicas, nada mais natural que o município fosse sede de um evento que reúne os principais gênios da área”, elogia Marcelo Barreto de Araújo, superintendente adjunto da Receita Federal na 8.ª RF.
Pela primeira vez em Bauru, o coordenador de Gestão de Riscos da Receita Federal do Brasil, Leon Solon da Silva, falou muito bem da cidade e do trabalho da Receita local. “Bauru foi escolhida para sediar o primeiro evento sobre o assunto, porque é uma das pioneiras na área de mineração de dados. Foi uma espécie de prêmio para a delegacia do município”, finaliza o coordenador.
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