No Brasil, o mercado de software, hardware e serviços de Business Intelligence (BI) superou as expectativas dos especialistas. A IDC divulgou essa semana que o setor movimentou cerca de US$ 1,4 bilhão no País no ano passado, quase R$ 2,5 bilhões. Já o Gartner divulgou que os gastos globais em BI e aplicações analíticas saltaram 13% em 2010 para U$ 10,5 bilhões.
Os números refletem a força contínua do setor com soluções analíticas que cada vez mais fazem parte da pauta das companhias a fim de auxiliar na tomada de decisão e se manter competitivas no mercado. Porém, há ainda muita dificuldade na adoção do BI, principalmente no Brasil.
“O nosso maior desafio é justificar os custos para os diretores de negócios, muitos não entendem as vantagens da tecnologia e não enxergam o retorno de investimento. Os homens de negócio preferem investir em máquinas ao invés de soluções analíticas”, conta Eduardo Platero, diretor de TI da Delphi. O executivo acredita que quando o alto escalão começa a usar esse tipo de ferramenta, a ação irá se espalhar por toda a companhia.
A mudança cultural da empresa é outro desafio enfrentado pelos gestores de tecnologia. Para Eduardo Pugliesi, intelligence manager da Neoris, o Brasil tem a falta de planejamento como um problema natural, o que reflete muito na adoção de uma solução de BI. “O brasileiro adora um improviso, mas, por outro lado, se destaca pelo uso da criatividade e o gosto por inovações”, diz.
Maturidade
Segundo Antonio Julio Gualter, diretor de Business Intelligence da Amil, a maturidade das soluções analíticas é quem vai criar uma cultura organizacional nas empresas. O profissional que detém a informação será o indivíduo que tomará a iniciativa para alavancar o planejamento alinhado com as estratégias de negócio.
“Acredito que com a nova linguagem da comunicação associada às redes sociais e à mobilidade irá nos permitir um avanço significativo na adoção do BI. Independente do tamanho ou segmento de negócio, o Business Intelligence pode auxiliar nessas novas mídias. É um caminho sem volta, uma força muito grande que não pode ser ignorada”, completa Platero.
De fato o BI já está maduro no Brasil e é utilizado pela maioria das grandes empresas. Segundo as projeções da IDC, o número de PMEs adotando soluções de BI tende a aumentar significativamente até 2015. Enquanto isso, Regina Maria de Souza, CIO do Grupo ABC, questiona a razão do fracasso em algumas implementações de uma ferramenta analítica.
“Por diversos motivos, vemos que muitos projetos de BI não dão certo. Nesse caso, de quem é a culpa?”. João Nunes Junior, gerente de Plataforma de Aplicações e Business Intelligence da Microsoft, dá uma dica: “primeiramente, precisa ter planejamento estratégico e segundo, treinamento na empresa para que haja uma sinergia entre os usuários e a TI. Agilidade para o usuário e controle da TI”.
“Para ajudar a diminuir as incidências de fracasso a empresa que vai implementar uma solução de Business Analytics pode planejar um grande projeto, mas na hora da execução é preciso que seja feito por partes em curto prazo, sempre olhando para o resultado final. Essa iniciativa dá certo quando há sinergia entre o planejamento estratégico e a visão corporativa”, acrescenta Pugliesi.
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